terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

SONETOS

Regalia



Anestesia indomada,
totalmente recusada,
medidas impedidas,
magia poluída.

Negação desastrosa,
máscaras implodidas,
outrora asquerosa,
razão desinibida.

Argumento tramitado
regresso debruçado,
julgamento amputado.

Regala asperosa,
desenvoltura radicalista,
impasse positivista.

POESIA


Antes que eu vá


Antes que eu vá...
não me abandone...
Antes que eu vá
não me recuses...

Antes que eu vá...
me deseje só uma vez.
Antes que eu vá...
me faça carinho outra vez...

Antes que eu vá...
me abrace com seu amor.
antes que eu vá...
destruas essa minha dor...

Antes que eu vá...
me faça flutuar até o céu...
Antes que eu vá.
me envolva com a força desse véu...

Antes que eu vá...
que façamos amor pela última vez.
Antes que eu vá...
me beije somente mais uma vez...
antes que eu vá...
lembre-se então,
Que eu sempre te amei.

SONETOS


Tênue

Fraqueza propagada,
ascendência construída,
mistério descabido,
espaço debatido.

Regresso revogado,
altruísmo vislumbrante,
tramóia ignorante,
poder improvisado.

Tênue mutilada
palavra esquecida,
mística costurada.

Anemia aniquilada,
prazer degradado,
ousadia desfigurada.

SONETOS


Fermento


Pavor fraudulento
cósmico e desenvolvido,
ardor em tormento,
no seu saber incorrigido.

Transição astuta
em fascínio replicante,
aneurisma sem conduta,
na alegoria inalterante.

Fermento envenenado
sobre um cardume pressurizado,
mergulho totalmente disputado.

Materialismo asqueroso,
na passividade sancionada,
sobre esta regência defraudada.

POESIA


Encenações

Discretamente o tempo desfaleceu
Descobriu que estava preso...
No seu espírito e tormento,
Naquilo que não o acresceu.

Enterrou o seu próprio sonho
Engavetou o temido sono,
Na via láctea da ilusão
Desistindo da sua perfeição.

Declarou-se aposentado da vida
Sem rumo, sem saída,
Pois nada podia fazê-lo retomar
A realidade de sua característica.

Encenações foram o anestesiando
Escurecendo os seus olhos defeituosos,
Pondo-se na lama desta carcaça destruidora
Que esmoreceu a sua palavra reparadora.

SONETOS


Vértice aparente

A fragilidade que escurece este momento
Recruta o esclarecido e tramitado poder,
Rasuras que entrelaçam este movimento
Dentre as linhas que me fazem viver.

Me oculta ao tempo inanimado
Redesenhando a sua imagem,
Flexionando a temida libertinagem
Deste caminho totalmente apresentado.

Gestos de mil receitas esperançadas
Cortadas ao meio mundo da vida,
Sombras enumeradas desta frase descolorida

Vértice aparente que nos descortina
Eruditamente enfraquece a alma,
Nas pontiagudas desordens dessa lida

SONETOS


Policromia

Alma vazia que ruge,
me algema nessa grade,
entoa-me ao vento que me ilude,
em meu castelo em traços de saudade.

Passam dias e noites,
pois só sinto os açoites,
dessa via dolorosa,
que mar minhas horas acintosas.

Em meio a esta policromia,
sua mente se faz tão vazia,
deixando levando-me ao deserto da agonia.

Careço então nesse termômetro arcado,
implantado no seu frágil viver,
não conhecendo sua alma no ato do seu ser.

PROSA POÉTICA


Mundo paradoxal

Entende-se a esta vista proseada
Empinando a sua própria palavra,
Conspirada além deste sol
Nas curvas métricas do anzol.

Inalteradas soberbas da vida alheia
Nutricionando uma inerte viela inteira,
Na insípida modéstia prisioneira
Faz-se improvisando a sua cordilheira.

Medidas de uma palavra morta
Rugem aos sóis desta libertinagem,
Subtraindo o alvorecer da imagem

Mundo paradoxal enrolado
Imprevisível sentimento armado,
Naquilo que nada se suporta.

Instrumento acentuado em alto prazer
Sem palavras, sem fios de prazer.
Somente o começo se tem por viver.

Cresce a volúpia palavra imponente
Deserdada de sua própria vida,
Simplesmente não sobrevivida
Outrora a si mesmo se faz ausente.

PROSA POÉTICA

Você quis me amar

Você quis me amar,
Pois eu não percebi
Você me mostrou o mar,
Mas eu não percebi.

Você me fez carinho
E eu não tive tal ciência,
Você me amou de verdade
E eu não vi tua sinceridade.

Você abandonou a carreira
E eu não senti seu momento,
Você me mostrou a esperança
E eu não demonstrei confiança,
Você me trouxe esta beleza
E eu não avistei tal riqueza.

Outra vez você tentou me amar
E tu tiveste tal desprezo,
E o amor que sentiste veio a esfriar
Por querer sentir o sabor do meu beijo.

PROSA POÉTICA


Violeiro cantador

O violeiro estava a cantar
Como sempre ele fazia,
Gostava de versos prosear
Nas belezas de sua nostalgia.

Tanto que a noite assim aproximava
Lá estava o violeiro na noite que entrava,
Ele cantava, cantava, cantava
E a lua diante dele se dobrava.

Ela curtia o som de suas palavras
Que de tão belas e ricas,
Eram sinceras naquilo que ele falava
Com suas lindas melodias inspiradas.

O momento era sublime e especial
Entretanto, seus versos transmitiam vida,
Pois quem ouvia o seu cantar grandioso
Prestigiava uma grande ligação com o todo poderoso.

O violeiro cantador
Era fonte de alegria,
Trazia grande amor
Naquilo que sentia,

Sua riqueza era especial
No espírito de suas palavras,
Assim aplausos ele arrancava
Da platéia que o assistia.

POESIA

Vende-se um coração


Sinto um sopro,
Um desejo
Caminhos longos,
Um simples beijo
Quero teu amor,
Pra vida toda
Sem temor,
Como uma louca.

Espero amar-te,
Sentir seu coração
Expressando beleza,
Sem pura ilusão,
Ouvindo a natureza,
Curtir nossa paixão
Em tal grandeza,
De vida e libertação.

Entrelaçando a alma,
Sem distinção
Em cada ponto sinto calma,
Nessa louca paixão,
Toda força que vem do amor,
Seja sempre verdadeira
Naquilo que confessa,
Esta brisa concioneira.

Vende-se um coração,
Pra quem ama de verdade,
Para que seja em razão
Desta nossa vaidade.

SOCIAL


Circo político

Mazelas de estradas vigiadas
Nesta corrosiva e estúpida piada,
Tal canalhice não seria coincidência
Ao aspergir esta engavetada violência.

Ao tempo que se faz nu
Costumasse apregoar-se nesta tela,
Em pratos limpos vem sugando suas terras
Nas marcas de ilusão perde-se sua percepção.

Coisa de louco pode se tornar
Tem que se abrir sua corrupção,
Fazer da arte uma simples solução
Sem queima de arquivo ou confusão.

Não é tão aberto quanto se pensa
Pois de seus caminhos ele não se ausente,
Mesmo que a estrada esteja uma sujeira

O pretexto paga o engano é ter a carteira cheia,
Diante desta visão toda suspensa
Que acentua este casualidade independente.

Circo político totalmente descontrolada
Acerca desta neve que assim se desnuda,
Como a proeza que em seus bolsos os acusa
Ainda sobra para o povo um pedaço de manga suja.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

SONETOS

Introspecto

Algo tão relevante
Que me leva ao instante
Da vida e do amor
Desse meu ato sonhador.

Fatos tão genéricos
Simples inatividade..
Segredos maquiavélicos
Dessa minha solenidade.

Introspecto tão asneiro
Diante desse ato cancioneiro..
Presente em meu espírito.

A fervura que então sinto
Escarnece meu sonhar..
Libertando o meu sonhado poetar.

POESIA


Brincando com as palavras

Brinco, Brinco, Brinco
Simplesmente eu recito..
O velho e novo começo.

Jamais eu esqueço
O tempo do velho amigo...
Daquilo que conheço.

Tenho a palavra montada
Nos segredos registrados...
Na esperança tão querida.

Ventos que me movem
A vida assim comove...
Esta brisa então falada.

Brincando com as palavras
Com estrelas inusitadas...
Na peleja assim contada.

POESIA


Beijo

Meu coração pulsa forte
Em pleno clarão da noite...
Peço que me traga sorte,
Nas linhas desta bela corte

Quero sentir seu desejo
Com este raro sabor do viver...
Peço que venhas me envolver
Com as linhas deste seu amado beijo.

Quero deixá-la louca de tesão
Subtraindo a sua tensão...
Escorregando em meu caminhão
Elevando-me ao céu desta paixão.

Preciso seguir o seu beijo,
Pois fico louco quando te sinto
Além deste sonho que pressinto
Nas linhas deste nosso lampejo.

Você cavalga como uma louca...
Suprindo os nossos amperes solares,
E a vida perece tão pouca
Que suga a energia que plaina sobre os mares.

INFÂNCIA

Minha infância

Trouxe para mim diversos sabores
Também grandes e verdadeiros amores,
Amizades que jamais se acabaram
Nas belezas múltiplas que restaram.

Foi a minha fortaleza
Enriquecedora, em plena grandeza,
Faces elevadas de pureza
Que garantiram a minha realeza.

Cerimônia impactante
Exuberância sem igual,
Palavras que surgem no mesmo instante
Curtindo a força deste espaço sideral.

Tive grandes momentos divinos
Como a virtude de um menino,
A paixão de uma celebridade
Em momentos celestes de vaidade.

Minha infância foi alegre e cordial
Com grandes sentimentos de sucesso,
Subtraiu este sereno amor impresso
Na euforia da vida totalmente social.

POESIA


Ditados da pérsia

Um pleno malabarismo
Algo um tanto inovador,
Fatos que ascende o perigo
Diante deste ocaso redator.

Prontamente se faz neutro
Adiante de o seu raso poder,
Torna-se então, todo sedento
Por aquilo que se pode fazer.

Nosso alto passo contado
Mais obscuro agora se faz,
Totalmente em declínio formado
Dentre os relatos que a vida nos traz.

Ditados da pérsia aqui construída
Juntam-se aos corações desiludidos,
Em ávidas fontes do seu materialismo
Enterra-se então, este opaco querer bandido.

SOCIAL


Coluna tributária

Os jornais então pacificam
Velhos hábitos de tempo antigos,
Donde mais eles modificam
Seus próprios decretos regidos.

Passos impressos numa página
Subtraindo o que se imagina,
Partilhando essa richa contida.

Tento então, inverter este processo,
Mas já é tarde demais para fazê-lo,
Pois o declínio deste alto sucesso
Vai simplesmente levá-lo ao pesadelo.

Uma coluna tributária que me absorve,
Lapidando este meu casco derretido,
Pois num alto e sublime desatino
Meu mundo vai pouco a pouco se consumindo.


POESIA


Estribeira

Terra morta sem valor
Cenas bárbaras e insignificantes
Hemafrodismo que se faz trigonometrado
Espírito totalmente transfigurado.

Fuga perpetuada na areia
Regras e leis prisioneiras,
Aspecto dissoluto escorregado
Dentre este esculpido cerrado.

Litros de água servical
Se junta a esse escrito,
Apostasia detida nesse punhal
No entoar deste termo aguerrido.

Numa estribeira fornecida
Selada pelo seu invalor,
Áspide totalmente seguida
Sobra o esquecido desejo do amor.

POESIA


Verso de quem chora

E agora? O que fazer?
Tenho teu desejo, teu viver,
Quero teu beijo, teu prazer,
Teu sonho, teu conspirado lazer.

Sinto t' falta agora...
Como semente que se implode...
Em cada sentimento se sacode,
Nesse momento que nada consome.

Fazer dos grandes sonhos...
Esse viu testamento lógico,
Como o pasto límpido e ótico...
Apregoando a linha desse rio tão pródigo.

Verso de quem chora,
E a alma toda implora...
A fase estendida afora...
Num esquecido linguajar que se degola.

AMIZADE


Eternos amigos

Momentos que passaram
Agora, é nova vida,
Mas o tempo no fará
Reviver esta bela força querida.

Venho então trazer meus anseios
Algo que alimenta este amor,
E essa força de vida em nosso meio
Destrói toda espécie de dor.

Os momentos de felicidade,
Hoje, são lembrados à risca,
Pois agora ficará a saudade
Desta amizade eterna e rica.

Eternos amigos sempre seremos,
Grande saudade sentiremos,
Mas esse lindo meu lindo abraço
Transpassa as linhas desse marca paço.

PROSA POÉTICA


Prazeres

Vejo seu clitóris e fico muito louco
Meu espeto então corrói minha calça,
Deixando-me apressado nesse reboco
Você vem e gruda em minha alça.

Então fica a cavalgar a noite inteira
Sentindo meu carro introduzir o prazer,
Pois nosso desejo é simplesmente a lampeja
Dessa sintonia que ilustra nosso ser.

Depois você desce e engole o meu canudo
E naquele momento de desejo e loucura,
Eu libero a água de côco em sua boca
Deixando-a ainda mais louca.

Prazeres nós vimos a sentir
Com o termômetro da nossa paixão,
E o chão começa a tão somente colidir
Com este acelerado e grandioso arrastão.